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ESTUDO ANATÔMICO DA CAVIDADE VISCERAL EM MEDICINA VETERINÁRIA: UMA ABORDAGEM NA ERLIQUIOSE CANINA.

Foto do escritor: OrtoNeuro VeterináriaOrtoNeuro Veterinária

Autores: BAGNE, Cunha Rafael, ARAÚJO, Maria Fernanda Silveira de, BAUDINO, Mariana de Castro, FERREIRA, Giovanna Victoria Santos.


Resumo

O presente estudo tem como objetivo analisar a anatomia visceral tomando como base clínico, um caso de erliquiose canina em um canino Dálmata de três meses, atendido no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A erliquiose canina é uma doença infecto contagiosa, causada por Ehrlichia canis, bactéria intracelular obrigatória, gram negativa e transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus conhecido como (carrapato marrom). A doença é dividida em três fases: fase aguda, fase subclínica e fase crônica.

 

Introdução

A erliquiose canina é uma doença transmitida por carrapatos e causada por bactérias do gênero Ehrlichia. Este estudo de caso descreve um cão Dálmata que apresentou sintomas clínicos após a vacinação, incluindo falta de apetite, letargia e manchas vermelhas no abdômen. Durante o exame físico, foram observados sinais de febre e a presença de petéquias. A compreensão da anatomia e fisiologia é fundamental para entender a erliquiose canina, como destacado por Souza (2019) em seu artigo "Canine Monocytic Ehrlichiosis: Clinicopathological Observations and Evaluation of Coagulation Profiles ". A infecção por Ehrlichia canis é classificada em três fases, sendo elas aguda, subclínica e crônica. Devido a migração de células mononucleares infectadas para os pequenos vasos na fase aguda ocorre a vasculite. A fase subclínica pode se manifestar em até cinco anos. Segundo (NELSON; COUTO, 2001), alguns cães apresentam o microrganismos na circulação sanguínea nessa fase, podendo assim, persistir de forma intracelular, resultando na fase crônica.

 

Exploração Macroscópica e Microscópica das Lesões e o Trajeto da Decomposição de Imunocomplexo na Erliquiose Canina.

A disseminação da bactéria da erliquiose nos órgãos ocorre principalmente por meio da corrente sanguínea, onde as bactérias são transportadas pelos leucócitos e endoteliais, infectando diferentes tecidos e órgãos. Silva, 2018, relata em seu artigo que estudos recentes têm mostrado que a Ehrlichia canis, tem a capacidade de invadir diferentes órgãos como baço, fígado, pulmões, rins, medula óssea e linfonodos, causando danos e alterações morfológicas significativas.

Após a disseminação da bactéria pelos órgãos, a observação macroscópica pode revelar lesões caracterizadas por hiperemia, hemorragias, edema e infiltração inflamatória. Na microscopia, pode ser observado alterações como necrose, infiltrado inflamatório composto por macrófagos, linfócitos e neutrófilos, além da presença de mórulas intracitoplasmáticas no interior de macrófagos e células endoteliais. Santos, 2021, refuta que essas lesões podem ser evidenciadas em órgãos como baço, fígado, pulmões, rins e medula óssea. Por sua vez, Souza, 2019, afirma que o trajeto percorrido pela erliquiose canina para a decomposição de imunocomplexo envolve a interação entre as bactérias e o sistema imunológico do hospedeiro, resultando na formação de complexos imunes que podem se depositar nos tecidos e levar a uma reação inflamatória localizada.

 

Considerações Finais

Em conclusão, a erliquiose canina é uma doença complexa que envolve a disseminação da bactéria por diversos órgãos. Através da microscopia e macroscopia, é possível a identificação de lesões características, como hiperemia, hemorragias, necrose e infiltrado inflamatório, nos locais afetados como baço, fígado, pulmões, rins e medula óssea. A decomposição de imunocomplexo, que ocorre nesses locais, refere-se ao processo de quebra dos complexos formados entre antígenos e anticorpos, resultando em danos teciduais. A decomposição de imunocomplexo desempenha um papel importante na patogênese da erliquiose e está associada ao desenvolvimento de lesões inflamatórias e imunopatológicas (Silva, 2018). Fica evidente, portanto, a importância desses métodos diagnósticos para a compreensão dos mecanismos envolvidos na erliquiose canina e no desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes na abordagem da doença.

 

Referências

SANTOS, A. B. Estudo da Anatomia visceral em cães afetados por erliquiose: uma abordagem clínica. Journal os Veterinary Medicine. (2021).

SILVA, F. O. (2018). Inflammatory, hematologic and histopathological changes in tissues of dogs naturally infected by Ehrlichia canis. Journal of Veterinary Research and Animal Science, 55(3), e147997.

SILVA, J. R. (2022). Immunopathogenesis of canine monocytic ehrlichiosis: The role of major histocompatibility complex molecules in experimental infection. Microbial Pathogenesis, 110, 413-420.

SOUZA, J. R. (2019). Canine Monocytic Ehrlichiosis: Clinicopathological Observations and Evaluation of Coagulation Profiles. Veterinary Sciences, 6(1), 12.

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